"Não me dê ouvidos, me dê um fígado."

Tuesday, August 22, 2006

 
Se existe um SPC sexual, devo estar com meu título protestado. Algumas bocas imundas vêm sujando meu nome na praça, e até as flores se escondem nos canteiros para não me dar bom dia agora. Tá certo, já fui vil e rasteiro em muitas oportunidades, e aceito com certa resignação o título de "alma sebosa", mas não era pra tanto.
Alguém anda dando meu expediente por aí, em mesas de bar e balcões de padaria, mandando oitenta por cento do meu repertório entre as amigas. Pra usar termo mais esclarecedor, estão me "fritando" pra qualquer uma que se interesse pela dissimetria irônica das minhas sombrancelhas. Atitude de espírito baixo essa, afinal, não era pra tanto.
Não era não, explico: Num sábado à tarde eu andava com as eternas mãos nos bolsos procurando um lugar onde refestelar depois de um almoço exagerado, uma siesta seria impraticável com o bucho duro e inchado, poderia ter conjestão, indigestão, auto-gestão, ou caganeira, sei-lá. O Sol vinha castigando impiedosamente, e eu tentava me esconder de seus maldosos raios, o suor que escorria das minhas costas para a bunda era humanamente insuportável. Parei pra cumprimentar um casal de amigos que estava numa mesinha estratégicamente disposta fora do alcance da radiação do cruel astro rei, e aproveitei pra sentar e assentar o almoço com algumas cervejas. Acabei fazendo minha siesta no apê deles e acordei com a Marisa ralhando com um viado no meio da sala, levantei do sofá, tentei entender o que acontecia, mas desisti assim que o Marcos chegou e começou a gritar com os dois, achando tudo aquilo uma grande bobagem, voltei ao sono dos justos. Mais tarde, quando acordei de vez o cara e o Marcos se beijavam no mesmo sofá que a Marisa dormia. Ignorei a cena e em nome de um mergulho mais concreto rumo ao esclarecimento, puxei uma garrafa de rum do bar deles, peguei um copo e fui tomando, ainda me recusando à assistir a lambição dos caras. O cara me endereçou um olhar convidativo enquanto ainda beijava, e eu fiz questão de fazer visível toda a minha reprovação ao nefasto olhar. De repente a Marisa acordou e veio até o "meu" sofá, trançando as pernas, o que explicava um pouco sobre uma garrafa de vodka e duas de martini deitadas totalmente secas no tapete. Assim que notaram o espaço extra deixado por ela, os caras deitaram um malho feroz em pleno estofado branco e virginal do sofá de três lugares, que parecia bem caro. Ela sentou do meu lado e tentava me enquadrar dentro do olhar de gambá mamado quando disse quase caindo em cima de mim: "E você?" me bafejando um fundo de poço seco de martini na cara. Eu esperava que aquela pergunta não envolvesse algum contato com o cu - e conseqüentemente, os pentelhos do mesmo - de nenhum dos dois homo amantes, aliás, nunca soube que o Marcos era assim, moderno reto à dentro.
Fiquei tímido, confesso, qualquer movimento em falso poderia denotar intenção de currar um homem naquela situação, era um momento delicado, "nada de movimentos súbitos" eu repetia mentalmente. Abri o zíper com cuidado e fui puxando a cabeça da Marisa, que começou uma chupada empolgada em pleno estofado branco e virginal do sofá de dois lugares, que além de parecer bem caro, tinha me servido de cama.
Pulei magicamente do sossego de uma siesta pra uma teórica bacanal, onde o Marcos assistia (de quatro) a Marisa tentando me sugar a vida via peniana. Depois se virou, era a vez dele. Eu ali, sentado de calça aberta encarando o cu saltitante de um amigo cavalgando o rabo peludo de um desconhecido, com uma amiga me mamando o cacete com avidez e desprendimento alcoólico, pensava no episódio "Operação clip de papel" do Arquivo X, um dos melhores episódios da série, e na boca sexy da Scully, tema de noventa por cento das minhas punhetas pré adolescentes.Me ocorreu que uma das coisas mais tristes da vida um homem é sacar que não comeu e nem vai comer suas heroínas sexuais da infancia, então, fica registrada aqui minha ode à Gillian Anderson, Viviane Pasmanter, Cindy Lauper e Hilda Hilst.
Agora, vejam só, eis que dá-se a desgraça que acendeu o estopim de maledicência que se abateu sobre meu nome: a Marisa já pela terceira vez, expressava um desejo iminente de vomitar, e eu nome das minhas calças bege, resolvi encorajá-la a chamar o sanitário às falas. O Marcos já enrabava o sujeito despudoradamente no tapete, bem na minha frente. Eu já estava um pouco mais relaxado, me sentia seguro e bem chupado, esperando a Marisa voltar. Fui pegar um copo novo, o meu tinha uma leve golfada da Marisa. Fui até a cozinha ainda evitando a cena de homopaixão à minha frente, e na volta o Marcos arfando ao vai e vêm no zenóbio do figura me pede: "Cara, mija em mim!" Sabe, nunca curti esse lance, acho francês demais pro meu gosto, já em duas oportunidades recusei mijar minhas mulheres, que dirá um brother? Em todo caso, eu queria mesmo ir ao banheiro, e já que a Marisa ainda botava a alma pra fora no laguinho de porcelana, achei que não teria nada de errado em unir o útil ao que seria agradável pro Marcos. Dei distância segura - afinal, eu só queria dar uma mijada nele, sem risco de ser mal interpretado - e perguntei: "Tem algum lugar que você quer que eu molhe mais?" "Tudo no peito" - ele me respondeu cândido. Bem no meio da mijada a Marisa volta, e já que em conseqüência da dessitimulante cena meu pau já estava em coma, resolvi continuar sem maiores preocupações, mas ela acabou surtando. Me chamou de tudo que era derivado de males sexuais animais e humanos, entre outras amenidades. Tentei argumentar; "Ele tá comendo um cara, já notou?" - foi inútil. Ela continuava me acusando de ser baixo e traiçoeiro. Não era pra tanto. Ainda sacolejei as últimas gotas no chão e fui andando e fechando as calças, o Marcos veio em meu socorro tentando amenizar os danos. Desnecessário dizer o quanto a ajuda de um cara mijado, semi-bêbado, e com a ponta da camisinha suja de merda era dispensável.
O viado ainda soltou um "Ai credo, Má..." antes de eu ser praticamente expulso de lá. Dias depois fiquei sabendo que o assunto da semana era que funções fisiológica à parte que eu supostamente encaixava nas minhas fodas sempre que possível, eu tinha costumes como limpar o pau esporrado nos cabelos delas mesmo sabendo do esmero e cuidado que tinham para com os mesmos. Não era pra tanto. Além disso, em solidariedade à Marisa, muitas mulheres que eu tinha comido espalhavam essas calúnias, e me desrecomndávam, de pura sacanagem, às amigas interessantes. E assim, hoje, sem nenhum olhar de ternura (nem das flores) eu ando mais sozinho do que nunca, chutando meus sentimentos pelas calçadas, e dando descarga junto com meu agora famoso mijo, minhas ignobiedades amorosas outrossim, direto de uma privada ocasional até o estuário do Prata, de onde não recebo postais.
Apesar de todos os pesares, ainda sou inquerido sobre, e convidado a me aliviar em taradinhas plantonistas e ainda me recuso (à algumas). Quanto à fatídica siesta, Marcos, Marisa e o viadinho, bom, ninguém ficou sabendo. Percebe? Ninguém sabe que eu te mijei Marcos, ninguém sabe que a Marisa me pegou fazendo isso porque teve ânsia com meu pau entalado na garganta. O segredo de vocês está seguro comigo (né?). Sou um cara legal.

Comments:
hahahahaha... FANTÁSTICO. E saia dessa manutenção logo porque eu vou linkar seu blog no meu.

Nossa... quanta intimidade eh? Vai ver é porque eu não faço consultas ao SPC.
 
Huahuahauhau!!!

Me divirto com vc, honey!!!

Bem, uma receita pra uma noite inesquecível [lembra do scrap?]

Fnac
Av. paulista
Boteco da Consolação
Conhaque
Juke box-karaokê
Travessa do Masp
Estacionamento do Extra
Zózi
Yo

Bjs
 
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